28 de maio de 2016

Campo. Flores. E aquela Paz...

Campo. Flores. Pormenores. Um simples malmequer, flores pequeninas, uma borboleta. Luz que passa por entre as árvores e incide nas folhas... Foi assim que me despedi de Portugal, de casa. Estas fotografias foram tiradas no último dia antes de partir para a Suíça. Pelo campo, por detrás dos prédios, só eu e a natureza. Sentia-me triste, não vos vou mentir. Não são fotografias elaboradas, nem a minha intenção foi que ficassem perfeitas. Queria apenas guardar em mim, os cheiros adocicados da Primavera, acabada de chegar. O vento na face, os sons, dos pássaros, dos insectos. A luz, um sol maravilhoso. As muitas flores, e aquela paz. É isso, queria trazer um pouco daquela paz. Espero que gostem.








Esta luz...

16 de maio de 2016

Aonde pertencemos..

Gosto da cidade. Gosto da agitação, gosto de me perder em ruas e vielas e de me encantar com cada canto... de olhar maravilhada cada fachada antiga, cheia de história, cheia de vida. É isso, a cidade transpira vida. Sou sempre uma turista na cidade. Com a câmara sempre pronta a registar cada momento, com um sorriso no rosto e com uma alegria quase infantil... e saio sempre de lá, de alma cheia. E o que eu gosto de cidades com alma... antigas e históricas, como Lisboa... Adoro as ruas em que o fado soa, fico encantada, de alma leve... e eu, que em miúda, dizia que não gostava de fado... mudamos tanto... e ainda bem... Adoro a movimentação, as ruas e cafés, cheios de gente, o comércio tradicional, as mercearias e cafés centenários, e a calçada tão bonita! Como falar de Lisboa ou de tantas outras cidades portuguesas, sem falar na nossa calçada ? Gosto dos monumentos antigos e estátuas, e também das estátuas vivas, de quem anima as nossas cidades, seja em homens (e mulheres) estátuas, seja com tantos outros talentos e façanhas, que nos fazem olhar, por vezes parar e muitas vezes, ficar a contemplar e a sorrir... uma pessoa e depois outra e mais outra, e quando damos por isso, um mar de gente, se juntou ali, e por momentos, esquecem o mundo, vivem aquele instante. Sim, eu gosto da cidade. Gosto que o meu olhar se perca no rio, no cais das colunas... Gosto da cidade menina. E também eu, sou menina... da cidade.

Cais das colunas (Terreiro do Paço), Lisboa, Abril de 2012

Gosto do mar. Como é possível não gostar ? Aliás, causa-me estranheza, viver agora, num país que não tem mar... logo eu, que gosto tanto de o ter ali, bem por perto, à distância de uma curta viagem... No mar encontro a minha paz... Talvez essa paz, esteja nas águas que brilham sob a luz do sol, talvez esteja nos grãos de areia que agarro num punhado e que escorrem rapidamente das minhas mãos, numa metáfora perfeita, de como o tempo nos foge por entre os dedos... Talvez esteja no som do bater das ondas ou nas gaivotas que tornam o mar, ainda mais encantador. Ou será o cheiro a maresia ? São todos estes pequenos detalhes que o tornam tão grandioso, e se é grandioso, imenso, o oceano... Poucas coisas nesta vida, me sabem tão bem, como um mergulho no mar, aquele instante, aquele momento de embate, em que o nosso corpo bate nas águas e sentimos aquela frescura que nos faz sentir vivos, só nós e o oceano, quase, como se entrássemos noutro mundo... E se sou feliz neste mundo... com sal na pele, com o corpo aquecido pelo sol e com uma leveza que só as coisas muito boas, nos trazem. Mas o oceano, não encanta apenas no Verão. No Inverno deslumbra-me... imponente, é dele próprio, das gaivotas e dos pescadores, dos homens que são do mar. Gosto de os observar, nos seus barcos ou com as suas canas de pesca, ali, só eles, e o oceano... e se são lindas as vilas piscatórias... Sim, sou do mar. O meu olhar perde-se no oceano, e ali, fecho os olhos, e fico quieta, a ouvir, a sentir toda aquela imensidão... e sinto-me pequena, menina... do mar.










Maravilhoso... Cabo da Roca (Colares), Sintra, Agosto de 2015

Gosto do campo. O campo, faz parte de quem eu sou, das minhas raízes, da minha infância, foi no campo que eu cresci... A minha casa era sombreada por um pinheiro e rodeada de muito terreno à volta, e fui tão feliz ali... No baloiço do pinheiro, fechava os olhos, sentia o cheiro a resina e baloiçava, voava por instantes... sentia uma liberdade... inigualável... Tomava banho no tanque de rega com os meus irmãos, apanhávamos fruta e comíamos directamente da árvore... deveria ser lavada, claro, mas para nós, era assim que nos sabia bem, era assim que éramos felizes... numa época em que se fala tanto em biológico, ali era tudo assim, tudo natural. Deitava-me no meio das flores e ali ficava, a sentir os cheiros adocicados, a brincar com joaninhas, a mordiscar azedas (umas pequenas flores amarelinhas), a ouvir os grilos ao final da tarde. Perseguia borboletas e sonhava, sonhava.. de pés bem assentes na terra, e com a mente e o coração, bem lá no alto, nas nuvens... numa antítese da vida, que eu na altura, era muito pequena para compreender. Era no campo, debaixo do pinheiro, que o meu pai nos fazia, um torricado maravilhoso... fatias de pão caseiro, douradas numa fogueira e barradas, ou pinceladas (aqui a memória foge-me e não me consigo recordar com exactidão, como fazia), com azeite e alho... Tão bom! Assim como os seus grelhados, o peixe e as saladas com pimento assado... Um pouco mais acima de onde morava, ficavam os eucaliptos... Ali, naquele terreno, existiam cogumelos, e mais uma vez, eu gostava de me deitar ali, de olhar para cima, para o topo daqueles gigantes, e de olhar a luz do sol, filtrada pelas folhas... Coisas tão simples e tão boas... Quando é que perdemos a capacidade, de nos sentirmos felizes, com as pequenas coisas ?... Fui a menina, que se sentava nos degraus da casa, com um caderninho, e a olhar o Mouchão de Alhandra, o rio ao fundo, escrevia versos... apaixonada. pela natureza... pelo cheiro da terra, quer fosse, depois de uma chuvada, ou no pico do Verão, pelo meu cão que abraçava, por pequenos nadas, que eram tanto... pela vida... Apaixonada, pela vida.

Sim, sou menina, da cidade, do mar, mas sou acima de tudo, do campo. É no campo, que eu volto a ser, a menina, que um dia fui.

Lezíria Ribatejana, Junho de 2013 

* O texto, sobre onde cresci, está totalmente no passado, porque aquele lugar, já não existe mais, não daquela forma... talvez um dia, fale sobre isso. Mas no meu coração e até mesmo no meio dos campos, consigo voltar, em parte, àquele lugar.

E tu, que me lês ;)  A que lugar pertences ?

Já me podes seguir no Instagram, aqui.

*Autoria das fotos - Life, Love and Photograph

9 de maio de 2016

Desenhar com Luz e Contraste... a Infância.

Quando pensamos em crianças, pensamos em alegria, em inocência, em brincadeiras, em cor. Muita cor. O mundo das crianças é cheio de cor, bem colorido como um arco-íris em dias de chuva. Mas em fotografia, há muito mais para além das fotografias coloridas. Há um mundo de cor, sim. Mas há também um mundo de contrastes, de sombras e luz. E de silhuetas em contraluz. São registos mais nostálgicos. E há qualquer coisa de muito especial nas imagens a preto e branco, que me encanta... talvez seja pela nostalgia, talvez seja, por serem fotografias sem tempo. Uma imagem actual em tons cinza, é do agora, mas poderia ser de ontem, do passado. E o inverso também sucede. O preto e branco tem qualquer coisa de mágico. São fotos mais carregadas, sim. Mas são carregadas de histórias, de emoções e expressões, mais ou menos acentuadas, dependendo muitas vezes do olhar do fotógrafo, mas também, de onde ele quis que a luz incidisse. Dependendo do que ele quis nos mostrar e destacar.

E estas fotos que hoje vos deixo, são fotos de crianças a serem crianças. A brincarem, a rirem, a correrem. São fotos de um concurso mundial de fotografia, a Preto e Branco. E esta é a minha selecção. Esta é a selecção que me fez sorrir. Espero que gostem, e duvido, que consigam ver a fotografia, da pequenina de óculos a sorrir, sem que vocês também esbocem um sorriso. ;)

★ Fotografia (do grego φως [fós] ("luz"), e γραφις [grafis] ("estilo", "pincel") ou γραφη grafê, e significa desenhar com luz e contraste.

Foto - Bikes, autoria de Charo Diez, Spain.

Foto - Flip, autoria de Clara Lu, USA.





Foto - Enjoing the day, autoria de Pavol Stranak, Slovakia.

Foto de autoria de Ashley Carlton, USA. 



Foto - Summertime, autoria de Izabela Urbaniak, Poland.



Foto - Dancing in the Rain, autoria de Kira Butusov Runde, USA.



Foto - Wish, autoria de Courtney Maltman, USA.



Foto - Morning, autoria de Angela Usmanova, Russia.



Foto - Happiness, autoria de Kira Butusov Runde, USA.



Foto - Irishka (a girl with Down syndrome), autoria de Anna Galperina, Russia.



Foto - Summer moments, autoria de Malú Ferreras, Spain.

Foto - Run, autoria de Niki Boon, New Zealand.


Podem ver mais em - Black and White, Child Photo Competition - 2015

E vocês, gostam de fotografias a Preto & Branco ? Têm alguma favorita desta selecção ? Comentem

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2 de maio de 2016

Embarcar num golpe de asa..

Quero ir para casa... Embarcar num golpe de asa... Assim canta Pedro Abrunhosa e Camané. E o que eu queria voltar a embarcar... Mas, deixando um pouco de lado, a melancolia e a saudade tamanha, hoje trago-vos fotografias da última vez que fui a Portugal, da última vez que embarquei e num golpe de asa, abracei quem mais amo. Esta foi uma viagem rápida, de poucos dias, em que devido a uma consulta (ainda sou seguida em Portugal, devido ainda não ter trabalho e seguro de saúde aqui...) tive que voltar a casa. Foi uma viagem sozinha, em que tive receio de não chegar a tempo ao aeroporto, foi a primeira vez, que saí de Glarus, apanhei o comboio até Zurique (cerca de duas horas de caminho) e depois o avião. Já tinha feito este percurso com o meu marido, apesar de poucas vezes, mas sozinha foi a primeira vez e foi uma aventura, mas apesar de tudo, cheguei sã e salva a Lisboa. 

Nestes dias, para além da consulta, aproveitei para estar com a família, conheci o meu sobrinho bebé com um mês... Um amor... Ainda não encontrei melhor na vida, que as crianças, os bebés e os animais... Um bebé lindo, em que para além de tia babada, tornou-se recentemente, após um convite, também o meu afilhado e eu não poderia ter ficado mais feliz. Aproveitei também para estar com os meus sobrinhos já maiorzinhos. Mais amores da tia. E foi tão bom vê-los sorrir e abraçá-los...

As fotos de hoje, são da viagem e de um passeio à beira Tejo, com os meus sobrinhos, com o rio que emoldurou a paisagem, com os pombos e com as flores de uma Primavera, que tinha acabado de chegar. Espero que gostem e que viajem também, um pouquinho comigo.

Foi a primeira vez que viajei à janela... Céu azul ao deixar Lisboa... Fotos tiradas no regresso à Suíça.


Por entre as nuvens... e a terra a parecer uma manta de retalhos.


Trouxe um pouco de terra ... Cheira a pinheiro e a serra ... Voam pombas ... No beiral ...

Costumam ser gaivotas a sobrevoar o rio, desta vez foram os pombos... Jardim de Vila Franca de Xira


'' Voar sempre, cansa - por isso ela corre em passo de dança.'' - Eugénia Tabosa

Vista sobre a ponte de Vila Franca de Xira (Ponte Marechal Carmona)


 '' Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás para atravessar o rio da vida – ninguém, exceto tu, só tu.'' 
- Friedrich Nietzsche

Memórias de um amor..

Saudade..

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